sábado, 22 de setembro de 2012

7. ENCHENTES (3)


(PUBLICADO NO JORNAL CIDADE DE GUARUJÁ Nº 45)





Não repetirei Rui, o baiano. Direi apenas que desde sempre aos maus foi reservado o paraíso, aos bons, o inferno. Examinem a foto 1 e vejam ali um loteamento feito por pessoas moral e tecnicamente honestas. Não houve a economia mesquinha na largura das ruas. Duas avenidas paralelas à praia, a Paulo Matarazzo e a João Batista Julião foram projetadas com a idéia de diminuir o transito na avenida beira mar, conceito copiado de Miami . Vejam que estamos falando de um projeto de 1954! Quadras destinadas à residências e ao comercio, adrede estabelecidas, o loteamento dispunha de seu próprio fornecimento de água potável que provinha do morro, ao lado da pedreira, e jorrava na linda fonte redonda,  mostrada pela seta amarela, no final da av. Paulo Matarazzo. O primoroso e honesto projeto de drenagem feito pelo engenheiro Giorgio Castelli foi realizado perseguindo sempre a melhor técnica construtiva e livrou o loteamento das enchentes periódicas que sempre ocorreram no município. Quanto às áreas verdes, era conceitual a idéia de doá-las englobadas para que pudessem servir de parques dos quais a cidade era e é carente. Outros loteadores fizeram doações, aceitas pela PMG, quase sempre em morros ou locais alagadiços.
A continuação do Jardim Virginia iniciada em 1974 procurou seguir a mesma filosofia quanto a consecução de uma drenagem efetiva e doação de uma área que pudesse abrigar um parque, (150000m²), idéia trazida por quem viajava para lugares mais adiantados.
Essas pérolas o empresário Paulo jogou aos porcos, de fraco entendimento, cuja capacidade não vai além de realizar os loteamentos oficiais, ridículo amontoado de gente que se acotovela em áreas exíguas onde os miasmas das pútridas águas servidas invadem a sensibilidade de nosso olfato.
Não se podem ensinar as pessoas mais depressa do que elas têm capacidade de apreender. Destruíram o loteamento do visionário Pedro Paulo. Começaram em 1982 pela fonte. Depois foi o canal da Av. João Batista Julião. Em seguida destruíram a av. Paulo Matarazzo. Agora, para acabar de vez com qualquer vestígio civilizatório, inutilizaram o canal da Rua Acre, que o saudoso Castelli dizia ser extremamente necessário para esgotar 2m² de água por segundo. Na foto 2 se vê, em vermelho, o canal tubulado. Nas esquinas da Rua 29 com Acre e Assis Chateaubriand (quadrados brancos) as águas devem dobrar ângulos fechados, fazendo um malabarismo não condizente com sua substância, aonde sua velocidade chegará a zero!
Há 2000 anos Ele disse: Deixai-os Pai. Eles não sabem o que fazem. E ainda não sabem...

Nenhum comentário:

Postar um comentário