(PUBLICADO NO JORNAL CIDADE DE GUARUJÁ Nº 43)
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FOTO 1 FOTO 2 |
Na foto nº 1 vemos em vermelho a calha do
rio do Peixe. Em amarelo o canal artificial feito na década de 80. Não é
necessário olhar duas vezes para concluir que o canal foi feito somente para
beneficiar o loteamento que estava sendo aprovado naquela ocasião. O correto
teria sido ampliar e retificar a própria calha do rio, pois é o local de menor
nível e onde o terreno é constituído de argila orgânica. Sempre que se queira
melhorar a vazão de um rio devemos ampliar e retificar a calha, eliminando curvas
que introduzem resistência e, portanto, redução da velocidade da água
diminuindo, consequentemente, a vazão.
O tal canal artificial, para onde
estão conduzindo as águas dos fundos do Jardim Virgínia, foi feito em uma
região de areia, portanto altamente assoreável, com uma linda curva de 90° e,
coisa incrivel, os meandros do final do rio ficaram sem retificar. Por outro
lado, no cálculo do canal, foi utilizado
como bacia de contribuição somente as terras da margem esquerda até as águas
vertentes na serra. Portanto, as águas originadas na margem direita,
especialmente em chuvas intensas, terão que sair diretamente para o mar, pelo
menos é o que se depreende do que diz o projeto.
Ainda na foto 1, vejam que a
natureza, durante milhões de anos, drenou os fundos do Jardim Virgínia através do
rio das Pitas, atual canal da Cidade Atlântica, e do rio Bonet, atual canal da
Rua Acre, hoje erroneamente tubulado e, talvez, invertida sua declividade.
A Enseada é a ampliação da Praia
das Pitangueiras, uma vez que ambas dispõem de um canal paralelo à praia. (Vide
foto 2). Felizmente, no início da Praia da Enseada, temos alguns canais que
drenam as águas pluviais e rebaixam o lençol freático de maneira que as inundações
tem sido poucas. Todavia, na área do Jardim Virgínia, Jardim Julião, Areião
etc., a distância entre o mar e a serra é muito maior, e o recurso dos canais
que desaguam diretamente no mar se restringia à Rua Acre. Esse canal deveria
ser recalculado, ampliado e conservado como canal aberto para permitir a
limpeza. A existencia de um free board é sempre desejável e necessário em
chuvas de grande intensidade. Salvo melhor juízo e cálculos mais aprofundados,
a PMG fez exatamente o contrário. A pergunta que fica é: Se num futuro, áreas
ao norte do loteamento Jardim Vírginia ficarem inundadas, os moradores deverão
reclamar com quem? Quem pagará a conta? Lembrem-se que toda a área algum dia
será impermeabilizada.
Para que não digam que o culpado
foi São Pedro, seria interessante fosse publicado o projeto de drenagem global
para a área, com a assinatura do profissional competente.
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