quarta-feira, 12 de setembro de 2012

5. ENCHENTES



(PUBLICADO NO JORNAL CIDADE DE GUARUJÁ Nº 43)


FOTO 1                                                                              FOTO 2


Na foto nº 1 vemos em vermelho a calha do rio do Peixe. Em amarelo o canal artificial feito na década de 80. Não é  necessário olhar duas vezes para concluir que o canal foi feito somente para beneficiar o loteamento que estava sendo aprovado naquela ocasião. O correto teria sido ampliar e retificar a própria calha do rio, pois é o local de menor nível e onde o terreno é constituído de argila orgânica. Sempre que se queira melhorar a vazão de um rio devemos ampliar e retificar a calha, eliminando curvas que introduzem resistência e, portanto, redução da velocidade da água diminuindo, consequentemente, a vazão.



O tal canal artificial, para onde estão conduzindo as águas dos fundos do Jardim Virgínia, foi feito em uma região de areia, portanto altamente assoreável, com uma linda curva de 90° e, coisa incrivel, os meandros do final do rio ficaram sem retificar. Por outro lado, no cálculo do canal, foi utilizado como bacia de contribuição somente as terras da margem esquerda até as águas vertentes na serra. Portanto, as águas originadas na margem direita, especialmente em chuvas intensas, terão que sair diretamente para o mar, pelo menos é o que se depreende do que diz o projeto.
Ainda na foto 1, vejam que a natureza, durante milhões de anos, drenou os fundos do Jardim Virgínia através do rio das Pitas, atual canal da Cidade Atlântica, e do rio Bonet, atual canal da Rua Acre, hoje erroneamente tubulado e, talvez, invertida sua declividade.
A Enseada é a ampliação da Praia das Pitangueiras, uma vez que ambas dispõem de um canal paralelo à praia. (Vide foto 2). Felizmente, no início da Praia da Enseada, temos alguns canais que drenam as águas pluviais e rebaixam o lençol freático de maneira que as inundações tem sido poucas. Todavia, na área do Jardim Virgínia, Jardim Julião, Areião etc., a distância entre o mar e a serra é muito maior, e o recurso dos canais que desaguam diretamente no mar se restringia à Rua Acre. Esse canal deveria ser recalculado, ampliado e conservado como canal aberto para permitir a limpeza. A existencia de um free board é sempre desejável e necessário em chuvas de grande intensidade. Salvo melhor juízo e cálculos mais aprofundados, a PMG fez exatamente o contrário. A pergunta que fica é: Se num futuro, áreas ao norte do loteamento Jardim Vírginia ficarem inundadas, os moradores deverão reclamar com quem? Quem pagará a conta? Lembrem-se que toda a área algum dia será impermeabilizada.
Para que não digam que o culpado foi São Pedro, seria interessante fosse publicado o projeto de drenagem global para a área, com a assinatura do profissional competente. 

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