segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

33. AOS RESPONSÁVEIS PELA SAÚDE DE NOSSA SOCIEDADE



Da mesma forma que os médicos, hospitais e pronto-socorros são responsáveis pela saúde das pessoas, os juízes, promotores e advogados têm o encargo de preservar a saúde da sociedade. Os primeiros atendem o individuo. Os segundos, além da pessoa, do cidadão, têm o encargo importante e indeclinável de manter saudável a própria sociedade.

Esse enfoque, um tanto mal compreendido nos países de origem latina, é bem desenvolvido naqueles herdeiros do pragmatismo inglês. Por desfortuna, somos latinos.

Hoje muito se reclama do sistema de saúde brasileiro. Somos um país de muitos doentes pobres, cujo sistema oficial de saúde não atende satisfatoriamente. Também somos um país no qual a Justiça deixa a desejar quanto à justeza e rapidez de suas decisões. Essa distorção de ambos os sistemas produz uma sociedade insatisfeita, aumenta a pobreza e o descontentamento. É, certamente, uma realimentação das doenças e da criminalidade.

Para se ter uma idéia da funcionalidade da Justiça, um simples caso de inadimplência de taxa condominial está demorando 23 longos anos. Mais de um ano a disposição de um juiz para, simplesmente, despachar.  Casos de concussão nos serviços públicos demoram anos para serem resolvidos e quando resolvem, o produto do roubo já foi diluído os autores morreram e as provas se escafederam. É um processo Kafkiano atual.

Favelas, comunidades sem infra-estrutura, são locais onde as crianças, os brasileirinhos que um dia herdarão nosso belo país, brincam no esgoto a céu aberto, tomam água poluída, convivem com marginais que ali se desenvolvem com mais força e coragem. Casas de madeira e lata quando pegam fogo não permitem, pela desorganização das edificações, o acesso dos bombeiros, como aconteceu recentemente na Vila da Noite em Guarujá.

Favelas são doenças sociais originadas pela inoperância e incompetência dos poderes constituídos, pela demora em fazer cumprir as leis, pelo desconhecimento das mesmas, e por outros fatores pouco louváveis.

O aparecimento das favelas “Pedreira ou Cesp”, do “Cantagalo” e aumento da “Barreira do João Guarda estão nesse caso. Não vamos, absolutamente, culpar aqueles que ocuparam aquelas terras para ali fazer sua moradia. A eles não foi permitida outra solução porque a burocracia oficial tem impedido, sistematicamente, que sejam realizados loteamentos populares como havia há 30 anos. Existem pobres e ricos e ambos têm que ter opções para morar em locais decentes. O Poder Público tem se mostrado ineficiente em prover moradia, ou local com infra-estrutura, para que os menos favorecidos façam suas próprias casas e a prova é a multiplicação das favelas.

Saibam todos que as favelas existentes no Jardim Virgínia, Guarujá, iniciaram quando era prefeito o Sr. Rui Gonzalez, de triste memória. A Prefeitura iniciou a invasão da “pedreira” e muita gente no Guarujá se lembra do fato. Durante esse desgoverno também foi iniciada a desurbanização do loteamento existente no local com o roubo de terra de aterramento etc.

Conforme está fartamente explicado neste blog eu tentei mostrar àqueles que devem se importar com a saúde da sociedade os problemas existentes. Não fui feliz. Creio que minha época já passou e não estou entendendo a nova ética que prevalece em todos os setores. Foi um sonho, nada mais.

Aos deserdados das leis deste país tão vilipendiado, desejo coragem. Procurem, porque deverão encontrar alguém audaz e honesto que lhes possa ajudar. Se deixarmos proliferar a desesperança nós caminharemos para uma guerra civil, como está acontecendo no oriente próximo, solução na qual todos perdem e que temos obrigação de evitar a todo custo.

Janeiro de 2014

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