Da
mesma forma que os médicos, hospitais e pronto-socorros são responsáveis pela
saúde das pessoas, os juízes, promotores e advogados têm o encargo de preservar
a saúde da sociedade. Os primeiros atendem o individuo. Os segundos, além da
pessoa, do cidadão, têm o encargo importante e indeclinável de manter saudável
a própria sociedade.
Esse
enfoque, um tanto mal compreendido nos países de origem latina, é bem desenvolvido
naqueles herdeiros do pragmatismo inglês. Por desfortuna, somos latinos.
Hoje
muito se reclama do sistema de saúde brasileiro. Somos um país de muitos
doentes pobres, cujo sistema oficial de saúde não atende satisfatoriamente.
Também somos um país no qual a Justiça deixa a desejar quanto à justeza e
rapidez de suas decisões. Essa distorção de ambos os sistemas produz uma
sociedade insatisfeita, aumenta a pobreza e o descontentamento. É, certamente,
uma realimentação das doenças e da criminalidade.
Para
se ter uma idéia da funcionalidade da Justiça, um simples caso de inadimplência
de taxa condominial está demorando 23 longos anos. Mais de um ano a disposição
de um juiz para, simplesmente, despachar.
Casos de concussão nos serviços públicos demoram anos para serem
resolvidos e quando resolvem, o produto do roubo já foi diluído os autores
morreram e as provas se escafederam. É um processo Kafkiano atual.
Favelas,
comunidades sem infra-estrutura, são locais onde as crianças, os brasileirinhos
que um dia herdarão nosso belo país, brincam no esgoto a céu aberto, tomam água
poluída, convivem com marginais que ali se desenvolvem com mais força e coragem.
Casas de madeira e lata quando pegam fogo não permitem, pela desorganização das
edificações, o acesso dos bombeiros, como aconteceu recentemente na Vila da
Noite em Guarujá.
Favelas
são doenças sociais originadas pela inoperância e incompetência dos poderes constituídos,
pela demora em fazer cumprir as leis, pelo desconhecimento das mesmas, e por
outros fatores pouco louváveis.
O
aparecimento das favelas “Pedreira ou Cesp”, do “Cantagalo” e aumento da
“Barreira do João Guarda estão nesse caso. Não vamos, absolutamente, culpar
aqueles que ocuparam aquelas terras para ali fazer sua moradia. A eles não foi
permitida outra solução porque a burocracia oficial tem impedido,
sistematicamente, que sejam realizados loteamentos populares como havia há 30
anos. Existem pobres e ricos e ambos têm que ter opções para morar em locais decentes.
O Poder Público tem se mostrado ineficiente em prover moradia, ou local com
infra-estrutura, para que os menos favorecidos façam suas próprias casas e a
prova é a multiplicação das favelas.
Saibam
todos que as favelas existentes no Jardim Virgínia, Guarujá, iniciaram quando
era prefeito o Sr. Rui Gonzalez, de triste memória. A Prefeitura iniciou a
invasão da “pedreira” e muita gente no Guarujá se lembra do fato. Durante esse
desgoverno também foi iniciada a desurbanização do loteamento existente no
local com o roubo de terra de aterramento etc.
Conforme
está fartamente explicado neste blog eu tentei mostrar àqueles que devem se
importar com a saúde da sociedade os problemas existentes. Não fui feliz. Creio
que minha época já passou e não estou entendendo a nova ética que prevalece em
todos os setores. Foi um sonho, nada mais.
Aos
deserdados das leis deste país tão vilipendiado, desejo coragem. Procurem,
porque deverão encontrar alguém audaz e honesto que lhes possa ajudar. Se deixarmos
proliferar a desesperança nós caminharemos para uma guerra civil, como está
acontecendo no oriente próximo, solução na qual todos perdem e que temos
obrigação de evitar a todo custo.
Janeiro de 2014
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