(PUBLICADO NO JORNAL CIDADE DE GUARUJÁ Nº 51)
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FOTO (1) 1980 FOTO (2) 2012 |
O
Brasil é, hoje, um país considerado rico com uma reserva de centenas de bilhões
de dólares. Nosso presidente, ou presidenta como quer a atual detentora do
cargo, chega aos encontros internacionais em avião a jato Airbus 330 super
moderno e faz inveja aos primeiros mandatários da grande maioria de países, que
chegam em aviões de carreira ou, quando muito, fretados. O trabalho de cento e
noventa milhões de habitantes sustenta essa regalia. A indústria extrativa e
principalmente a agricultura são responsáveis por essa riqueza. Nessa nação
rica vive um povo pobre que sobrevive da caridade do Estado para poder educar
seus filhos.
A
receita dos impostos, fartamente distribuída pelos poderes da República, não
contemplou igualitariamente os municípios que precisam viver de esmolas
federais e estaduais conseguidas, nem sempre de maneia mais honesta, pelos
representantes eleitos para câmaras e Senado. Junto com as ambulâncias,
tratores e caminhões que os prefeitos recebem como esmolas vêem as cobranças de
apoio político. Rede de esgoto sanitário, de água potável, construção de
escolas enfim, todas as obras necessárias ao município feitas pelo Governo
Estadual ou Federal são objetos de troca. Em muitos casos, as concorrências
para a execução dessas obras e serviços são realizadas nas capitais dos estados
ou no DF onde são feitos os acordos nem sempre passíveis de serem publicados e
as empresas contratadas nunca tem sede no município beneficiado.
Lembro
de um discurso de campanha feito por André Franco Montoro na cidade de Ribeirão
Preto há muitos anos. Dizia ele que pretendia adotar, como princípio, a
sistemática de contratar na própria cidade os empreiteiros de obras e serviços.
Dessa maneira as verbas destinadas aos pagamentos permaneceriam na cidade,
enriquecendo-a, naturalmente. Nada fez. Muitos prefeitos preferem contratar
empresas de outras cidades ou até de outros estados. Em cidades pequenas e
médias é muito difícil fazer acordos com empresas da própria cidade. Todo mundo
fica sabendo, e nem sempre isso é desejável.
Tão
importante quanto realizar obras é fazer a manutenção da infra-estrutura
urbana. Ocorre que a primeira dá IBOP, dá votos e a segunda não. A falta de
manutenção adequada faz o país perder bilhões de reais tendo que refazer
integralmente escolas, pontes, canais, calçamento, hospitais etc. Não pertence à
índole de nosso povo cuidar de nossos bens para que eles não se deteriorem,
fato que determina a maneira bastarda como o Poder Publico trata a
infra-estrutura urbana, estradas, prédios escolares e hospitais. Vejam, por
exemplo, na foto nº 1 datada de 1980, um canal de drenagem feito na Av. A do
Jardim Virginia. A foto nº 2 mostra o mesmo local em 2012. Não importa quem fez
a obra ou de quem foi o dinheiro gasto, o fato é que deveria ser conservado e
melhorado ao longo do tempo. Todavia o que lá existe hoje é a “disposição
final” do esgoto sanitário. Calçada cimentada, guias e sarjetas e pedras da
calha do canal que existiam foram levadas, através dos tempos, pela prefeitura
para servir de aterro em outros locais. Coisa de débeis mentais.
Por
que o Poder Público gasta dinheiro uma, duas três ou mais vezes para refazer a
mesma coisa, falta verba para construir mais escolas, asfaltar ruas, equipar
hospitais etc. Essa conduta é freqüente em países do chamado terceiro mundo
onde o Executivo é fiscalizado por Legislativos incompetentes que, no mais das
vezes, servem somente para dar nomes às ruas. O povo brasileiro, que trabalha e
produz, permanece pobre em decorrência, principalmente, da falta de tino dos
governantes em usar o dinheiro público com competência e economia.
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