(PUBLICADO NO JORNAL CIDADE DE GUARUJÁ Nº 53)
FOTO 1 CONSTRUÇÃO EM 1981/82 |
FOTO DESTRUIÇÃO 1994 |
Em
1964 eu era universitário de esquerda, mas nem tanto, uma vez que não tenho
direito a indenização milionária e nem pecúlio mensal concedido aos
esquerdistas de carteirinha. É que eu
trabalhava, estudava e tinha uma pequena fábrica de ventiladores. Não dava
tempo para dormir nem as 8 horas regulamentares, quanto mais dedicar algum
tempo para fazer política. Na época comentávamos: o Serra é o homem, vamos
votar nele (para a UNE). O Fernando
Henrique é da Católica, como quem diz, é de esquerda, é dos nossos. O Lula está
levantando os metalúrgicos no ABC e o Arrais vai armar os camponeses no
nordeste. Se , em 1964, o levante de esquerda tivesse resultado vencedor, os
militares e civis que hoje estão sendo julgados pela Comissão da Verdade, não
estariam mais vivos. Essa é a triste verdade.
Antes
e depois da revolução de 1964, entre os jovens, também circulava a idéia de que
a única saída para os brasileiros era o aeroporto, isto é, o país estava podre,
vamos para outras plagas tentar a vida. Durante todos esses anos, muitos
brasileiros foram para outros países. Mais de cem mil para o Japão, talvez um
milhão para os EUA e Europa. Uns se deram bem e outros voltaram, mas ainda
hoje, neste momento, têm jovens deixando sua pátria.
O
Brasil é um país abençoado. O clima, a terra, o mar tudo perfeito, então porque
emigrar? Certamente porque os jovens, que aos poucos vão adquirindo a
racionalidade, são sensíveis a esculhambação existente em todos órgãos públicos
e sabem que isso não poderá gerar boa coisa. Isso ainda acaba mal.
Neste
momento estamos convivendo com a novela de mais uma CPI no Senado, enquanto a
Suprema Corte procrastina o julgamento de outro escândalo, mais antigo, o do
Mensalão, a fim de que todos os magistrados possam ir passar suas merecidas
férias em Paris. A
pátria pode esperar.
Pelos
motivos acima, e mais aqueles que estão abaixo, os jovens que não conseguirem
um emprego público, porque não têm quem indique, continuarão tentando embarcar
para o Canadá, EUA ou para a China.
Examinem
as duas fotos acima. Na foto nº 1 se vê a construção de uma tubulação de
drenagem, em 1981/82, no Jardim Virgínia. A foto nº 2 mostra a destruição da
mesma. A história é a seguinte: em 1994 alguém reclamou que havia água de chuva
acumulada na área do cinturão verde ao lado da Escola Miguel Estéfano. A galeria que faz a drenagem dessa área estava
entupida por falta de manutenção. Ela corre ao longo da antiga Rua 15 do Jardim
Virginia.
Na
Prefeitura ninguém sabia da existência de tal galeria (!) e adotando uma
solução simplista o Poder Público mandou abrir uma valeta na calçada da Rua 29
e quando chegaram na Av. Assis Chateaubriand se depararam com uma tubulação de
040. Para conectar à valeta feita,
simplesmente destruíram os poços de visita, bocas de lobo e uma linha de mais
de 100 m
de tubos (foto 2). Coisa de doido. A
farra originou muitos caminhões de aterro de terra vermelha, pedaços de guias,
tijolos e tubos reduzidos a cacos que foram levados, de fininho, para onde não
se sabe. A valeta na Av. Assis
Chateaubriand tornou-se uma lagoa de oxidação de esgoto sanitário. A valetinha
da Rua 29 foi se alargando e agora, atrás da escola, serve somente como
descarga de esgoto sanitário colocando em perigo, de um lado as crianças da
escola e de outro o muro existente.
Na
época era comum o roubo de terra das ruas e muros de fechamento de terrenos
porque o aterro era e é raro e muito necessário. Caminhões e máquinas da PMG
invadiram a área destinada à construção do Cemitério Ecumênico do Guarujá, ao
lado da CESP, onde havia dunas de areia. Com farto material de propaganda
começaram a fazer terraplenagem do local, pois iriam fazer uma pista de
corridas. O resultado foi a retirada de muita areia do local o que facilitou,
na seqüencia, o estabelecimento do loteamento clandestino lá existente. Da
pista de corrida nunca mais se ouviu falar. Lamentável.
Essa
nova técnica de administração pública eu juro que desconhecia. Uma verdadeira
loucura. Essas coisas irracionais que acontecem a cada pouco impressionam as
mentes de nossos jovens e tem se tornado difícil para nós, pais, convencer
nossos filhos a não emigrarem. É quase
impossível convencer os jovens a permanecerem em um país conduzido por pessoas
de tão baixos atributos intelectuais. Esses jovens descontentes, os que não
transigem, não deveriam abandonar a sua pátria, berço onde repousam seus
ancestrais, para gáudio da insaciável corrupção incompetente. Fiquem e lutem
para que o país não caminhe em direção a um confronto sangrento.
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