Por motivos incertos
e não sabidos, mas também por falta de numerário, deixou de circular o
hebdomadário “A CIDADE DE GUARUJÁ”, o que é uma pena. Com isso meus textos
deixaram de ser publicados. Resta-me a mídia eletrônica onde passarei a
publicar, no mínimo uma vez ao mês, textos com assuntos controversos e atuais
com ênfase nos fatos lamentáveis ocorridos no loteamento Jardim Virginia,
Guarujá, S. Paulo.
Carta
a um amigo jornalista.
Os
jornalistas em geral são bem informados e acredito que você esteja vendo todos
esses escândalos patrocinados pela junção PT/PMDB. Não que aqueles do PSDB
sejam honestos, é que não têm tido oportunidade porque alijados do Poder
Central.
O
jornalismo investigativo é hoje um dos esteios da democracia, como já foi nos
tempos da ditadura. O repórter assumiu o papel de promotor da justiça no
sentido de mostrar à população os crimes cometidos, obrigando a Polícia e o
Ministério Público a tomarem providencia porque, sem esses baluartes da
informação, as autoridades permaneceriam inertes na cômoda posição de
espectadores das mazelas sociais.
Trama-se
nos covis partidários inconseqüentes calar a boca da imprensa. A quem interessa
um jornalismo manietado, amordaçado por regulamentos esdrúxulos e
antidemocráticos? Aqueles que desfrutam
do poder em seu próprio benefício, sem dúvida, se sentem incomodados em ver
seus pecadilhos, os grandes acertos, a concussão desenfreada mostrada nas
manchetes dos periódicos e na mídia eletrônica. Afinal, seus amigos, se é que
os têm, seus pais e filhos, seus professores e vizinhos, tomarão ciência da
maneira despudorada como infringem a ética e a moral convencional e roubam, sem
peias, o erário, a propriedade que deveria ser de todos. Não é por vergonha que
tramam amordaçar a imprensa, qualidade que nunca tiveram, mas para fugirem à
punição e continuar desfrutando das benesses que o poder e o dinheiro lhes
podem garantir.
Calar
a voz que informa e que esclarece, sempre foi desejo dos políticos. Em 1964, no
governo Adhemar de Barros, era usual empregar no serviço público o jornalista
que estava incomodando. Um famoso repórter e seu companheiro, todo o fim do mês
apareciam no Palácio Campos Elíseos para ver o “Chefe”. Saiam pela porta
monumental da Casa Civil e atravessavam a rua em direção à Secretaria do
Governo onde iam pegar seus contra cheques. Apesar do aliciamento de
jornalistas, nem todos é verdade, naquela época a Revolução cassou o governador
por corrupção e, para seu lugar, escolheram outro de igual jaez. “Não tem jeito
não.”
Mais
importante, entretanto, o que realmente amordaça a mídia, é a dependência
econômica. Sem dinheiro a verdade se torna mentira, as engrenagens não rodam, o
pecador vira santo. Poucos meios de comunicação são realmente independentes e a
política não é, certamente, a arte de engolir sapos, mas a arte de nos fazer
degluti-los através da interpretação dos fatos. Hoje qualquer prefeito tem
condições de comprar veículos de informação de pequeno porte e o faz sem cerimônia. Comprar jornalistas empregando-os, todavia, está
mais difícil ou quase impossível, porque são muitos. Hoje existem muitas
escolas formando jornalistas e milhares de jornalistas sem diploma que,
indignados com a forma funesta como é conduzida a administração pública, roubam
tempo de seu trabalho para ingressar na nova carreira de jornalismo
investigativo ou na de “promotor de justiça independente” como já existe nos
EUA.
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