domingo, 14 de abril de 2013

28. DESARMAMENTO (1)






Se algum dia as cidades desaparecerem, a vida subsistirá no campo, mas se a permanência do trabalhador rural estiver em risco e o campo for abandonado, as cidades morrerão. Simples como respirar. Entretanto nossos legisladores, “urbanícolas” e iletrados, fazem as leis somente para as grandes metrópoles. Certamente, se estudaram no ensino médio a história do Império Romano, não souberam aproveitar a lição. Roma e as demais cidades do Império principiaram a decair quando a insegurança no campo obrigou os camponeses a fugir para as cidades.

No mês de agosto de 2012 vejo uma cena inusitada na televisão. Na Amazônia, facínoras em barcos motorizados estão assaltando os moradores ribeirinhos. Um morador, para se defender, fabricou uma espingarda de carregar pela boca com um tubo usado em eletricidade; produziu a pólvora como fazíamos quando éramos crianças, com carvão, enxofre e salitre. Carregou-a com chumbo próprio para pescaria e com esse artefato pretendia defender sua família e seus parcos recursos. Neste país de polichinelos somente os policiais e os celerados podem, legalmente, andar armados, apesar de 70% dos brasileiros haverem votado contra essa proibição. Porém, a legislação, marota, na prática inviabiliza a compra ou posse de qualquer armamento. Todavia, todos os assaltantes, inclusive menores de idade, têm seus fuzis e submetralhadoras. Coisa de malucos.    

Esses que pensam em suprimir armas através de leis e, com isso, diminuir a criminalidade, prestem atenção ao que escreveu Becaria (1738-1794) “Dos delitos e das penas”, duzentos anos atrás.

Seria justo tirar aos homens a água e o fogo, só porque este causa incêndios e a outra, inundações? Do mesmo modo, leis que proíbem porte de armas só desarmam o cidadão pacifico, ao passo que deixa o ferro nas mãos do celerado, bastante acostumado a violar as convenções mais sagradas.
Por outro lado, se as leis que desarmam fossem executadas com rigor, destruiria a liberdade pessoal, tão preciosa ao homem, tão respeitável aos olhos do legislador esclarecido. Submeteriam a inocência a todas as investigações, a todos os vexames arbitrários que só deveriam ser reservados aos criminosos.
Tais leis só servem para multiplicar os assassinatos, entregar o cidadão sem defesa aos golpes do celerado que fere com mais audácia ao homem desarmado. Favorece ao bandido que ataca em detrimento do homem honesto que é atacado.

Em, 05.09.12, a TV Globo em seu jornal matutino relata que um cidadão teve sua casa invadida por meliantes. Usou sua arma para defender a si e à sua família. Quando a polícia chegou, os ladrões já haviam se evadido, entretanto os policiais constataram que a arma usada para afugentar os meliantes, apesar de legalizada, estava com o documento vencido. Pasmem vocês, o assaltado passou a noite na cadeia e os meliantes em algum bar comemorando.

Aviso aos brasileiros honestos, detentores de documento legal de posse de arma. Não se esqueçam de, a cada três anos, perderem um ou dois dias de trabalho e gastarem algum dinheiro para comparecer na Polícia Federal e revalidar tal documento, sob pena de passar uma noite na cadeia e sofrer o vexame de ser visto pelos facínoras, rindo de vocês. Caso seja um ribeirinho de algum igarapé do Amazonas, precisará ir à capital, e nesse caso será uma verdadeira viagem de quinze dias de barco. É melhor se defender com estilingue que ainda não é proibido.
Em tempo, é bom esclarecer que a Polícia simplesmente cumpre as leis feitas e aprovadas pelo Legislativo e Executivo.

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